quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

FÉ E POLÍTICA

Sex, 26 de Setembro de 2008 01:15 Administrador

O cristianismo, como sistema não apresenta uma filosofia política formal. O judaísmo tinha sua teocracia e a fé cristã retém certos aspectos do mesmo. Jesus declarou: “O meu reino não é deste mundo...” (Jo 18.36). O cristianismo não tem qualquer reino político terreno, nem deve misturar-se Igreja e Estado A História nos mostra que as tentativas de fusão de Igreja e Estado não coadunam com a revelação Bíblica.
De Constantino, o imperador até os nossos dias, o cristianismo católico aliado à sociedade mais tem sido um jogo de interesses, do que uma parceria no estabelecimento do Reino de Deus. O resultado é uma sociedade sincretizada que vivemos atualmente. Por tudo isso é bom conservarmos nossa posição de servos de Deus numa sociedade onde os interesses pessoais gritam mais alto que o temor a Deus. Não obstante, reconhecemos que a Igreja oferece muitas diretrizes para a atividade política, pelo fato da Palavra de Deus ser a nossa Constituição ou Carta Magna:I – É preciso Evitar Governantes que persigam a Igreja. Os partidos que deixam de lado a fé nessa dimensão e perseguem a Igreja, fechando suas escolas, templos e outras instituições a esta ligada, são sistemas malignos sem importar os pontos positivos que possa apresentar. Ao votar, é preciso considerar a definição que aquele candidato tem da Igreja e do mundo espiritual que pregamos.II – A Importância da Conscientização Política:“Ai daqueles que fazem leis injustas, que escrevem decretos opressores, para privar os pobres dos seus direitos e da justiça os oprimidos do meu povo, fazendo das viúvas sua presa e roubando os órfãos”. (Is 10.1-2) “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente...” é o que está contido no parágrafo único do artigo 1° ponto de nossa Constituição. Em nosso país vige o sistema de democracia representativa, por isso como cidadãos brasileiros, somos periodicamente chamados a participar do processo eleitoral a fim de escolher presidente da República, governador, prefeito, senadores, deputados federais e estaduais e vereadores. Embora se trate de uma atividade secular, é fundamental que os cristãos se conscientizem da importância da orientação bíblica relativamente a esse assunto. Trata-se de uma ação que nos compromete profundamente com a realidade. De acordo com a Bíblia, podemos e devemos contribuir participativamente de várias maneiras.
A primeira é orar pela cidade, por seus habitantes, por aqueles que trabalham e pelos que geram empregos. Precisamos interceder diante de Deus por soluções para os problemas que enfrentamos como comunidade.
A segunda maneira de participar é interceder pelas autoridades constituídas, seja para julgar, legislar, seja para governar.
A terceira consiste em escolher conscientemente pessoas que reúnam, de fato, condições espirituais, intelectuais e emocionais de representar o povo em suas aspirações e seus ideais, e trabalhar para torná-los realidade. Pessoas comprometidas a encontrar soluções novas e criativas para problemas antigos e crônicos que nos assolam.
Uma quarta maneira é uma vez comissionado por Deus, preparar-se para representar o povo junto àqueles que lideram a nação, tanto em nível municipal, estadual como federal. Em linguagem bíblica: agir dentro do palácio do rei como intercessor do povo.
Registra ainda o artigo 14 da Carta Magna: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto, com valor igual para todos...”. Ao sermos convocados, portanto, a exercer o direito cívico do voto, precisamos refletir, pesquisar, conversar e, sobretudo buscar orientação divina sobre a escolha do candidato a quem destinaremos nosso voto. Deve tratar-se de pessoa que reúna condições de concretizar nossas expectativas, manter real compromisso com Deus e com seu povo, contribuir para a sociedade, enfim de nos representar. III - Orientações Bíblicas Quanto ao Voto Consciente:A Escritura Sagrada nos orienta quantos aos princípios norteadores da escolha dos líderes políticos. Como exemplo, podemos citar a parábola de Jotão, quando o espinheiro é chamado a reinar (Jz. 9.8-15). O cristão consciente tem exata noção de que pertence a duas pátrias: a celeste (a qual temos acesso mediante o sacrifício do salvador Jesus) e a terrestre (onde devemos a luz do texto Sagrado ser sal e luz do mundo). Por isso, mais que um direito, é nosso dever, como cristãos conscientes, votar em homens e mulheres que se disponham à árdua tarefa de bem representar nosso povo. Moisés em Deuteronômio 17.14-20: Oferece orientação a respeito da escolha futura de um rei para Israel. Os mesmos princípios por trás dessas orientações podem ser aplicados na hora de votar em nossa cultura: “Tenham o cuidado de nomear o rei que O Senhor, o seu Deus, escolher.” (v.15). Deus se encarregaria de escolher o governante, também devemos buscar Deus para saber a quem ele está escolhendo, e não decidirmos por conta própria, ou simplesmente por influência alheia ou barganha social e interesseira.“... ele deve vir dentre os seus próprios irmãos israelitas. Não coloquem um estrangeiro como rei, alguém que não seja israelita”. (v.15). Ser israelita era um sinal do pacto com Deus na Antiga Aliança, hoje o que nos identifica é a fé, portanto, devemos buscar alguém de dentro do nosso mesmo credo e prática cristã.“... não deverá adquirir muitos cavalos... nem fazer o povo voltar ao Egito... não deverá tomar para si muitas mulheres...”. (v.16,17). A biografia do rei contava ou deveria pesar na hora da escolha. Assim também hoje, na hora de escolher um governante, olhemos bem para a biografia, o perfil do referido político e decidamos votar.“... e a cumprir fielmente todas as palavras desta Lei” (v.19). Nesta última sessão o rei deveria ter uma cópia da Lei perante si, a fim de ser guiado pelos princípios da lei de Deus; mais um detalhe que merece consideração na hora da escolha: o temor e prática da Palavra de Deus.Vivemos um novo tempo, tempo esse que requer renovação e experiência, e pessoas conhecidas e reconhecidas onde vivem e atuam, comprometidas com implantação da Justiça, com o bem-estar do próximo, respeitando a liberdade de escolha e a igualdade de oportunidades.Conclusão Que o próprio Deus nos capacite a bem cumprir nosso direito e dever. Que na qualidade de cristãos possamos contribuir para eleger homens e mulheres ciosos de encontrar soluções para as carências sociais de nossa “brava gente brasileira”.

Autor: Pr. Moisés Araújo

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